segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Comentários Sobre O Caçador de Pipas


Khaled Housseini tem mostrado ao mundo o seu sensível e humano espírito com todo o seu esplendor, retratando em suas obras, o sofrimento, a culpa, a injustiça e o medo das pessoas. Entretanto, em meio ao caos e a iniqüidade presentes em seus livros, ele nos emociona ao criar personagens fantásticos, exemplares e guerreiros.
Diferentemente dos heróis do Romantismo, os personagens principais de Khaled Housseini são seres cheios de defeitos, dúvidas e erros. São justamente essas características que os tornam mais próximos de nossa realidade. Porém, o autor nos transmite esplêndidas mensagens, como a necessidade de nos redimirmos e de concertar os nossos erros.
O livro me fascinou pelo seu incontestável valor sentimental. Entristeci-me com as ações desumanas do Taliban, fiquei aborrecido com a covardia e ingratidão de Amir e me emocionei bastante com a coragem e a fidelidade de Hassan, bem como suas belas e exemplares atitudes, que me fizeram parar diversas vezes para refletir.
A lealdade e a benevolência de Hassan são impostas com fulgor no momento em que Amir atira algumas amoras em seu corpo, lambuzando-o, e em seguida, pede que ele faça o mesmo. Mas, Hassan, com seu nobre espírito, apanha uma e esmaga em seu próprio rosto ,e mudo, deixa Amir sozinho. Amir procedera dessa forma porque estava com remorso, e queria que Hassam lhe fizesse algo de ruim para diminuir sua culpa.
A covardia de Amir, bem como o ciúme que sentia do relacionamento de seu pai com Hassan, o tornava um garoto insensível. Foi sua covardia que o impediu de salvar Hassan de três inimigos, os quais o espancaram, e um deles o abusou sexualmente. Esta cena fora presenciada por Amir, que com toda frieza e cinismo, fingiu que nada havia acontecido.
Pressionado pelo remorso, Amir planeja afasta-lo de sua vida, acusando-o friamente de ter roubado um relógio seu. Percebendo o desejo de seu ingrato amigo, Hassan assume a culpa e decide ir embora com o pai. Essa parte da história me emocionou bastante.
A obra foi adaptada para o cinema. Assistí ao filme e reviví as emoções que o livro me proporcionou. Muita coisa ficou de fora. Só mesmo mergulhando nas páginas deste best-seller poderemos nos defrontar melhor com a triste realidade do Afeganistão, a covardia de muitos e o espírito benevolente de outros. É um excelente livro para reflexão e aproveitamento pessoal.

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